Ao Jonathan Mendes Caris
Insurgem as metáforas sempre.
Maquinismos são tirânicos.
Quantos de nós andamos medindo as palavras
sem notar que elas não têm tamanho?
Quem de nós ousaria esboçar o fascismo da dedução?
Não pode haver nome geral que determine o indivíduo.
Indivíduo é um nome geral pelo qual se entende somente um devir.
Um devir é algo que só se compreende como tal depois, nunca antes.
Tal é a cadeia que em milionésimos de segundo
é formada e destruída para que um templo nasça da ruína da máquina.
A máquina não é ninguém.
Expressá-lo é tão óbvio quanto estranho.
A própria expressão é aqui metáfora e insurge,
como um harakiri da máquina
que sabe se lá quantas obras de arte forma em milionésimos de segundo
pela soma de cada trajetória elétrica que parece dar a ela
uma finalidade.
A finalidade é um devir e, como tal, só se compreende depois,
nunca antes
As finalidades espreitam na esquina como o mestre que só aparece
quando o discípulo está pronto.
Sempre metáforas as insurgem.
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