quinta-feira, 10 de abril de 2014

A FLOR E O CINZA

Pouco em flor
me deixo à brecha
ao me supor
como quem fecha
pétalas poucas...

Nas brochuras
de minhas folhas
há minas obstruídas
e linhas partidas
por uma margem vertical,
raiz e caule
de meus começos.

Eu botão
bordo luzes
por minhas fendas,
estampo sombras
em meus ângulos
e mudo muto
somente porque o grito
a nada convence...

Que semente se condensa
se minto à terra propensa
quando não me enraizo
e broto da massa cinzenta
das nuvens que não me chovem?

Desamor
desabrocha.

Esse fóssil da vida
inerte rocha...

Nenhum comentário:

Postar um comentário